A Ucrânia, um país europeu, soberano, e, para todos os efeitos, democrático, foi invadido pela federação russa sem dó nem piedade. Irão morrer muitos milhares de pessoas, entre eles muitos civis, incluindo crianças que nunca terão a oportunidade de crescer, viver e envelhecer. Só por isso, seja qual for o desfecho da guerra já toda a humanidade perdeu.
Pode parecer mentira, mas é verdade, em pleno século XXI uma nação invade a outra sem razão plausível, mente descaradamente ao mundo, ludibria e reprime a opinião publica interna, diz uma coisa e faz outra, à boa maneira dos filmes de espionagem e guerra do século passado. Mas caros leitores, além de não ser mentira é uma triste, desoladora, fria e dura realidade, que, para piorar, não se sabe quando nem como terminará. Que nos reserva o futuro?
O ditador russo, Putin, tentou acalmar a restante vizinhança com afirmações de não intenção de mais agressões. Metade ficou calma, outra não. A parte que ficou calma, claro, foram todas repúblicas e regiões que ele já controla. Todos os outros, os que podem andam a comprar armamento, a querer aderir à união europeia e até à OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte, em inglês NATO). Além disso, ele tem repetido insistentemente outras 2 ideias: de que não tem intenções de invadir mais nenhum país e de que só parará a guerra quando a Ucrânia estiver desmilitarizada e “desnazificada” (pretexto usado para justificar a guerra, no mínimo irónico).
Ora, a palavra de um regime, cujos opositores acabam sempre desaparecidos ou mortos, que já invadiu a Geórgia, sem razão, tomou territórios como a Crimeia, vale o que vale, vale pouco e o pouco que vale não vale nada… Deixamos ainda mais umas notas baseadas na história. A desculpa de proteção de territórios russófonos é extremamente semelhante à desculpa de Hitler da proteção dos germânicos… Quando se iniciaram as invasões da Alemanha nazi o primeiro-ministro inglês da altura, Neville Chamberlain, também acreditou nas balelas de um ditador e deu no que deu. As invasões nunca cessaram até ao despoletar da II Guerra Mundial. Déjà-vus? Esperemos que não… A última nota é apenas para chamar à atenção de que, desde o início de século XXI, que os Norte-Americanos se tem vindo a queixar da falta de investimento da Europa (à excepção dos Ingleses) na área de defesa. Para evitar a repetição da história talvez seja sensato dar ouvidos ao nosso maior aliado e o grande garante das liberdades e privilégios ocidentais.
Finalmente uma palavra, um aperto de mão, um abraço aos Ucranianos. Deram e continuam a dar uma lição de patriotismo aos europeus, que passaram de assistir ao mundo real, em vez dos big brothers, reportes covid e outras notícias e discussões de máxima importância mundial como o machismo do vocabulário, as ementas vegan e os fora de jogo. Aos 40 milhões de Ucranianos, aos milhares de refugiados, aos muitos combatentes que defendem o seu país, estamos convosco! Infelizmente, pouco podemos fazer a não ser denunciar o mundo por não fazer o suficiente. As fraldas e roupas ajudam (as que lá chegarem…) mas o que a Ucrânia precisa mesmo é de tropas e armamento para mandar o Putin para a outra banda!. Se isso não acontecer então a guerra está decidida e é apenas uma questão de tempo até à capitulação Ucraniana e assassínio dos seus líderes (se calhar quando lerem este editorial isso já aconteceu…), incluindo o carismático presidente Volodymyr Zelenskyy, cuja atitude calma e serena no meio do caos da guerra só pode ser comparada à sua coragem, com eles bem no sitio, capazes de fazer inveja a qualquer boi gigante, seja charolês ou do ramo grande, que, como se diz pelas redes sociais, devem ser visíveis do espaço!
Com o ocidente receoso de declarar guerra à rússia, só Deus sabe o que impedirá Putin de invadir a Escandinávia, o Báltico e, porque não, todos os outros antigos territórios soviéticos, tornando-se numa ameaça cada vez maior e mais poderosa. Que Deus nos proteja a todos, em especial ao povo Ucraniano e suas famílias, e nos dê a coragem de combater a tirania de todos, em especial “dos Golias". Lembrem-se: Antes morrer livres que em paz sujeitos! Краще помри вільним, ніж у мирних підданих! SLAVI UKRAINI! Aquele Abraço Praiense!
Luis Moniz, Diretor Adjunto
