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O Instituto Açoriano de Cultura (IAC), teve o mérito de lançar no dia 24 de Abril de 2021, um livro que aborda o rico e recheado percurso do Ilustre Angrense Drº. Álvaro Monjardino, advogado admirado e respeitado, nos Açores e no país, a obra foi apresentada no Salão Nobre da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, pelo Drº. José Guilherme Reis Leite.

“ALVARO MONJARDINO, O HOMEM, O ADVOGADO, O POLÍTICO, O INVESTIGADOR”, com este livro o Instituto Açoriano de Cultura, presta homenagem a Álvaro Monjardino no seu nonagésimo aniversário, realçando a sua relevante figura nos seus múltiplos aspectos: jurídico, político, social e cultural.
O Drº. Álvaro Monjardino, nasceu em Angra do Heroísmo, no dia 6 de Outubro de 1930, licenciou-se em 1954, na Faculdade de Direito de Lisboa – Curso Complementar de Ciências Jurídicas – abriu escritório na cidade de Angra do Heroísmo, no início da segunda metade do século XX, e dedicou-se à pratica da advocacia com incomensurável grandeza até Dezembro de 2019.
Se “a ciência está nos doutores, que estudam pelos livros, a experiência está nos velhos que aprendem pelos anos”, o Drº. Álvaro Monjardino de forma ímpar conciliou estas duas facetas ao longo da sua vida, ou seja, a ciência e a experiência, tornando-o num homem bom e sábio, sempre ao serviço da sua terra e das suas gentes.
Vivemos tempos estranhos e difíceis, as alterações climáticas, a pandemia, a evolução e utilização maciça das novas tecnologias, internet, redes sociais, certamente que implicarão profundas e dramáticas mudanças, nas pessoas, no clima, nos solos, nos mares e também uma rápida desvalorização da privacidade, lança-nos em cenários nada favoráveis a um harmónico desenvolvimento social, económico e mesmo político, por isso devemo-nos guiar pelas sábias práticas recomendações democráticas, que nos deixa o Drº. Monjardino, a fim de enfrentarmos as adversidades do dia-a-dia.
A nossa época em que é necessário encontrar respostas para os inúmeros desafios, como seja as desigualdades sociais, a fome, a guerra, a miséria, a exploração dos mais frágeis, dos mais débeis; na verdade o Drº. Álvaro Monjardino indica-nos que “a paz não se conquista com exércitos armados, conquista-se com uma só espada e dois escudos: com uma só espada, que é da justiça; com dois escudos, que são as suas balanças”.
A sua relevante e activa vida, não se restringiu à actividade forense, mas também à política e à cultura dos Açores e do país.
Como advogado, segundo o Drº. Melo Bento destacou-se “pelo brilho da inteligência daquele colega de palavra fácil, cultura transbordante, afabilidade encantadora e uma capacidade aparentemente inesgotável de litigar com o conhecimento de causa absolutamente invulgar, em qualquer areópago. Elegante, educado como mandavam as leis do foro e da sociedade, na barra é adversário temível, em sociedade aristocrata encantador”.
O Drº. Álvaro Monjardino, foi um brilhante político e homem de acção, comprometendo-se na missão de modificar a sociedade para melhor, mas dificilmente era escravo de algum partido político, era democrata e independente, foi um dos obreiros da autonomia politica e administrativa dos Açores, arquipélago amorável e pequeno, que lhe coube em sorte defender com bravura e tenacidade do esquecimento que tinha sido votado ao longo dos séculos pelo Terreiro do Paço, foi deputado na Assembleia Nacional na era Marcelista, foi o primeiro Presidente do Parlamento dos Açores, Ministro-Adjunto do Primeiro-Ministro do 4º. Governo Constitucional da Republica, foi Membro do Conselho Nacional do Plano, sócio de mérito da Academia Portuguesa de História, Presidente do Instituto Histórico da Ilha Terceira, “motivos não faltam para justificar uma presença na história jurídica, política, administrativa e cultural dos Açores, na segunda metade do século XX e inícios dos século XXI.
Tive a feliz honra de conhecer o Drº. Álvaro Monjardino em 1987, altura em que fiz o estágio de advocacia no seu escritório de Angra do Heroísmo, muito aprendi com aquele ilustre patrono, foi um professor bom e nobre, cujo o seu ensino se baseava no método Socrático, e que ensinava aos outros como ser bom e mais nobre ainda, sem dúvida alguma que os seus estagiários estão internamente gratos pela sua disponibilidade prestada durante o tirocínio.
O Instituto Açoriano de Cultura, com a publicação deste livro “ÁLVARO MONJARDINO, O HOMEM, O ADVOGADO, O POLÍTICO, O INVESTIGADOR”, contribuiu para “memória futura” de um homem de extraordinária voluntariedade, um exemplo eloquente de dedicação à advocacia, à cultura, e à democracia que orgulha os Açores e as suas gentes.

Sebastião Lima, Diretor

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