Em 2001, precisamente no mês de Maio, foi oficialmente criado o Centro do Atlântico (Atlantic Centre), por iniciativa levada a cabo por 16 países: Portugal, Alemanha, Angola, Brasil, Cabo Verde, Espanha, Estados Unidos da América, França, Gâmbia, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Marrocos, Reino Unido, São Tomé e Príncipe, Senegal e Uruguai, algum tempo depois reuniram-se a estes países, Camarões, Colômbia, Holanda e Nigéria.
O Centro do Atlântico tem a sua sede na Base das Lajes, na Ilha Terceira, Açores, e o nosso país irá investir cerca de 3 milhões de euros na readaptação do Hospital Americano da Base das Lajes, para funcionamento da sede daquela Instituição, porque a Base das Lajes, continua a ser um recurso indispensável e fundamental para a defesa do mundo ocidental e para a preservação da paz mundial, como recentemente defendeu o Vice-presidente do Governo Regional dos Açores, Artur Lima, aquando da sua intervenção na sessão de abertura da segunda edição do curso de segurança marítima, promovido pelo Centro do Atlântico, “a centralidade do arquipélago associada à vastidão da sua Zona Económica Exclusiva, ao activo geopolítico que é a Base das Lajes e à potencialidade dos seus recursos, configura uma oportunidade renovada para Portugal, para a Europa e para o Mundo”.
Não temos dúvidas, e é bom ver, que estão em causa potencialidades essenciais para assegurar o desenvolvimento económico da ilha Terceira e da nossa região, que se traduzirá certamente em “retorno económico efectivo”, para a prosperidade dos Açores e das suas gentes, por isso, é, assim bem compreensível a ansiedade com que se aguarda a concretização deste empreendimento para que se possa assegurar condições de desenvolvimento económico e social de que muito precisamos, nesta era em que as crises – económicas, de saúde e bélicas – teimam em estabelecer-se nas nossas sociedades e que urge ultrapassá-las para se pôr termo à fome, à miséria que se alastra pelo mundo, com efeitos devastadores nas economias dos países, o que não se vaticina nada de bom, para o futuro da humanidade.
Esta iniciativa pioneira, na história dos países atlânticos, na defesa essencial do Oceano Atlântico, da economia azul, das alterações climáticas, da poluição, na defesa dos direitos humanos e na protecção da natureza, será seguramente uma luta a empreender na defesa de um ambiente são e saudável que terá como guardiões os Estados aderentes ao Atlantic Centre, cooperação essencial entre todos os referidos países e recebida “de forma muito espontânea, muito imediata”, enveredando-se numa nova perspectiva com novos meios para fortalecer e consolidar a paz e a estabilidade no Oceano Atlântico, que hoje, mais do que nunca se reveste de cabal importância.
A paz só se constrói com diálogo, livre, franco e desembaraçado de peias e tiranias redutoras da dignidade humana.
A importância do Atlantic Centre, segundo as nossas autoridades “vai muito para além da mera ideia de criar novos empregos”, de forma a colmatar os empregos dos trabalhadores portugueses entretanto desaparecidos por conta das Feusaçores, mas certamente que se espera o surgimento de novos empregos qualificados, que implicará a fixação de mais pessoas nesta ilha de Jesus, mas o tempo dar-nos-à certamente uma resposta satisfatória.
Sebastião Lima, Diretor