Para nós Açorianos, católicos e devotos do Divino Espírito Santo, a Páscoa é a celebração primordial da vida, a verdade que mais brilha, e que trás alegria ao nosso povo, e apesar de vivermos em pandemia devido ao Covid-19, que se alastra por todo o mundo, e levou ao cancelamento das procissões do Senhor dos Passos, e de Ramos, faz com que não descuremos esta festividade que “proclama a vitória da bondade da vida sobre a maldade da morte”.
Num mundo cada vez mais atribulado pela doença, pela fome, pela miséria, pela guerra, e acentuado pelas desigualdades económicas, sociais e culturais que grassam de forma desenfreada em pleno século XXI, a Páscoa continua a ser a razão fundamental e exclusiva para a descoberta do caminho da paz, da felicidade, da verdade em prol de uma vida melhor e mais feliz para todos.
Os desafios principais que enfrentamos no mundo da pós-globalização, como seja, a poluição da nossa casa comum, a guerra, a fome, a exploração do trabalho infantil, a escravidão ultramoderna, são resultado das deficientes políticas económicas, que teimam em persistir, mas que não serão facilmente ultrapassadas, sem se deixar de manter um limite de subsistência para os mais pobres “sob pena de aceitar que uma importante parte da população desapareça”, porque “é possível viver sem possuir, mas não sem se alimentar”.
As sociedades dos nossos dias precisam urgentemente de serem mais solidárias, fraternas e exprimirem políticas de partilha proactiva dos bens, do saber e da cultura, para que ninguém fique para trás, e viva angustiado e isolado sem qualquer esperança no futuro, porque a miséria e a solidão matam…
A nossa sociedade e nós próprios, precisamos de remodelações profundas, pois como comunidade cristã que somos, não podemos arriscar em deixar para trás os mais débeis, os mais frágeis da nossa população que viram a sua situação agravar-se muito ultimamente, devido à pandemia, pois na verdade viver o tempo Pascal é enveredar por partilhar com os outros os nossos bens materiais e espirituais, critério decisivo em nosso modesto entender, para a construção de uma sociedade mais justa, igual, solidária e fraterna.
Sendo certo que a verdade para além de integrar a justiça, e autenticidade, liberta e há que preservá-la cada vez mais, num mundo onde reinam as fake news, que geram guerras, fome, o caos, e que todas as pessoas de bem não consentem e devem lutar para ultrapassar tão nefasta situação.
Para terminar, não posso de forma alguma, deixar de desejar a todos os nossos leitores, colaboradores e assinantes, votos de uma Páscoa Feliz, em que festejamos a vitória da vida sobre a morte.
Sebastião Lima, Diretor
