O dia dos Açores, este ano foi assinalado na cidade da Horta, na sede da Assembleia Legislativa Regional, sem condecorações e as tradicionais sopas do Espírito Santo, em virtude da situação excepcional criada pela pandemia – Covid-19.
No dia 24 de Maio de 2021, a segunda feira do Espirito Santo, foi instituído como sendo o dia da Região Autónoma dos Açores, pela Assembleia Legislativa Regional, em 1980, com a aprovação do Decreto-Regional N.º 13/80/A de 21 de Agosto para celebrar a liberdade, a fraternidade, a autonomia e a açorianidade, e esta que se estende pelos quatro cantos do mundo.
A sessão solene realizada no Parlamento dos Açores, com restrições e redução do número de convidados por condicionalismos impostos pela Covid-19, foi um marque principal das festividades, para além do Governo dos Açores permitir ao povo visitas ao Parlamento Regional, bem como ao Palácio de Sant’Ana, a sede do Governo, sita em Ponta Delgada, à Colónia Alemã, na cidade da Horta e ao Palácio dos Capitães – Generais, em Angra do Heroísmo.
Preservar a nossa autonomia, que se quer progressiva é tarefa de todos os açorianos, raça orgulhosa e com talento, que jamais sucumbirá às adversidades dos tempos e exigimos cabeças competentes e com responsabilidade para a gerir, parafraseando Winston Churchill, aquando da vitória dos Boeres, por um autogoverno, defendeu sabiamente que “qualquer comunidade inteligente preferirá governar-se a si própria mal, a ser governada bem por outra comunidade; e nós, quaisquer que sejam as nossas intenções não conhecemos os problemas deles de modo a permitir-nos dar-lhes um bom governo”, assim sendo, não se admite que ainda tenha sido extinto o cargo de Representante da Republica, figura absurda, colonialista e antidemocrática, que foi arbitrada aos Açores e aos açorianos injustamente pelo Terreiro do Paço / Lisboa, que através de tal figura consegue impor a sua vontade em tudo que são instituições regionais, a par do Tribunal Constitucional, que nas suas decisões, nunca vê com bons olhos as autonomias insulares, aliás, como demonstra na sua jurisprudência.
A propalada unidade regional, que temos assistido ultimamente não pode passar de meros formalismos, de letra morta, mas deve ser objectivada substancialmente nas políticas regional e autárquicas, no dia-a-dia e que a Comissão de Aprofundamento da Autonomia conduza os seus trabalhos, a fim de apresentar o relatório final para discussão no Parlamento dos Açores, rasgando-se novos horizontes sociais, políticos e administrativos para nos Açores se possa cumprir a autonomia e consolidar a açorianidade, gerando desenvolvimento harmónico, envolvendo todos açorianos e suas ilhas num projecto comum e salutar.
A Mesa da Comissão de Aprofundamento da Autonomia é composta por três deputados: Vasco Cordeiro, Presidente, Ana Luísa Luís, Relatora, ambos do PS, e Sabrina Furtado, Secretária, do PSD, e os açorianos esperam com muita esperança que o debate seja intenso e aprofundado sobre este assunto, trabalho a desenvolver pela comissão será útil e que produza muitos e bons frutos, na consolidação da nossa autonomia, que se quer progressiva e democrática, aberta aos novos desafios nos tempos difíceis que atravessamos, a bem da livre administração dos Açores pelos açorianos.
Sebastião Lima, Diretor
