O convite foi lançado na programação do Outono Vivo, que agora terminou. Um roteiro turístico - literário à “Cidade de Nemésio”, no dia 11 de novembro, pelas 14h00 e com concentração junto da nova rotunda que abre as portas da cidade com um azulejo da fotografia de Vitorino Nemésio – Cidade de Nemésio.
Um conjunto de pessoas no qual eu estava, seguiram o percurso acompanhadas do João Meneses (técnico de turismo) que orientou o percurso com paragens em locais de referência: Largo da Luz – Rotunda de Nemésio, Rua de Jesus, FUP- Filarmónica União Praiense, Matriz, Praça Francisco Ornelas da Câmara, Casa das Tias/Igreja da Misericórdia, segunda casa da família de Vitorino Nemésio, nos quais eram lidas passagens escritas pelo escritor/poeta. Terminando na Casa de Vitorino Nemésio um dos pontos turísticos mais visitados na cidade da Praia da Vitória.
Na minha perspetiva enquanto Praiense, esta iniciativa permite refletir sobre as nossas raízes aperceber-nos de como desconhecemos muito do passado da cidade. A aprendizagem da história da nossa terra deveria passar por trazer os jovens das escolas a realizar estes percursos que permitem a transmissão de conhecimentos e de certo de enriquecimento cultural. Aproveitar este roteiro na programação das Festas da Praia seria uma mais valia para quem nos visita.
O passado é fulcral para projetar o futuro. Uma cidade que pretende crescer necessita alimentar o seu passado. Seria de todo o interesse colocar fotografias em painéis com evocação a locais que marcaram a vivência dos Praienses. Falo da memória da Casa do Peixe, da muralha com a escadas e a bomba de gasolina, do campo de jogos na zona do paul, o antigo jardim, da Rua de Jesus aberta ao trânsito, da vida social ativa da cidade nos clubes desportivos.
Seguindo neste divagar editorial relembro a recente comemoração do Dia Nacional do Mar, este que nos circunda e entra pela baía sendo uma porta aberta de oportunidades para a nossa vivência nesta cidade e concelho. Cuidaremos dele como devíamos? Penso que não. Um incidente num barco de recreio causou o seu quase afundamento, derrame de combustível e ainda permanece na Marina à espera de ser retirado prejudicando as restantes embarcações, criando poluição a olhos vistos dos curiosos que por ali passam.
E do alto da Serra do Facho a imagem do Imaculado Coração de Maria observa o muro caído sem intervenção, cartão de visita de quem chega por mar ou avião!
Que esta Praia reinvente o seu futuro, o nosso futuro!
Carla Félix, Diretora Adjunta