Diretor: Sebastião Lima
Diretora Adjunta: Carla Félix
Últimas Notícias

As comemorações dos dias mundiais da Floresta e da Árvore, da Água e da Meteorologia, nos dias 21, 22 e 23 de março, respetivamente, estão cada vez mais relacionadas entre si.

A Natureza cobriu as ilhas com as espécies que melhor se adaptaram às condições do clima e características do solo. O povoamento, que se iniciou há 6 séculos, reduziu o coberto vegetal original, o que pôs os solos em maior risco de erosão. A melhor forma de mitigar os estragos provocados desde o povoamento das ilhas é proceder à reposição de plantas nativas, em associação equilibrada e de forma variada, como se observa no seu desenvolvimento espontâneo, em vertentes mais acidentadas e nas margens das ribeiras e de outras linhas de água naturais.

As alterações climáticas são incontestáveis, porque se tornaram evidentes. A Região tem território escasso, com formação geológica recente e pouco consolidada e tem uma biodiversidade pouco variada, por isso está mais sensível a qualquer desequilíbrio natural. A Região está sujeita a períodos mais prolongados de falta de pluviosidade e a fenómenos meteorológicos extremos cada vez mais frequentes.

A falta de reservas de água justifica as medidas tomadas para a sua retenção artificial. No entanto, em todas as ilhas da Região, com especial realce para a Graciosa, o Pico e Santa Maria, o alargamento significativo da área coberta por plantas nativas será um contributo importante para maior retenção da água, da sua infiltração nos solos e para a alimentação das suas reservas subterrâneas. 

Em todas as ilhas da Região, a replantação de plantas nativas, mais do que algumas obras de construção civil, evitarão as derrocadas e inundações, muitas vezes catastróficas e causadoras de grandes prejuízos, em ocasiões de tempestades.

A APPAA, Associação para a Promoção e Proteção Ambiental dos Açores, salienta a importância de políticas agrícolas, florestais e ambientais coordenadas entre si, definindo as áreas de maior importância e urgência para a reposição do coberto vegetal originário da Região. O valor económico da floresta também se reflete nos efeitos positivos que proporciona, garantindo a qualidade das nascentes de água, o respetivo caudal em quantidade suficiente, defendendo o património natural e construído. A floresta nativa, pela sua variedade, protege a biodiversidade e contribui para a retenção do carbono, ajudando na luta contra as alterações climáticas.

A APPAA manifesta o seu apoio às medidas em curso de proteção e replantação de plantas nativas, muitas delas endémicas, nas áreas classificadas onde ainda predomina a floresta nativa, ou de Laurissilva, mas também noutras áreas sensíveis.

A APPAA apela a todos os organismos oficiais da Região Autónoma dos Açores, às autarquias e instituições sociais para colaborarem com as secretarias regionais da Agricultura e Florestas e do Ambiente e Alterações Climáticas, para que haja maior eficácia na defesa da floresta, no aproveitamento da criação de plantas nativas e no controlo de plantas invasoras que impedem o desenvolvimento daquelas.
A APPAA considera imprescindível a informação e educação ambientais, bem como um grande esforço para a alargar a consciencialização da população para a defesa da vegetação nativa e apoia todas as iniciativas que visem criar novas zonas de desenvolvimento de plantas nativas, em locais escolhidos com critério e de acordo com as características do solo e condições climáticas adaptadas à diversidade de espécies a replantar. Fonte: APPAA

Pin It

Acerca do Jornal da Praia

Este jornal é um quinzenário de informação geral que tem por objetivo a divulgação de factos, opiniões, debates, ideias, pessoas, tendências, sensibilidades, em todos os domínios que possam ser importantes para a construção de uma sociedade mais justa, livre, culta, inconformada e criativa na Região Autónoma dos Açores.

Este jornal empenha-se fortemente na unidade efetiva entre todas as ilhas dos Açores, independentemente da sua dimensão e número de residentes, podendo mesmo dar atenção primordial às ilhas de menores recursos, desde que tal postura não prejudique a implantação global do quinzenário no arquipélago dos Açores.

Área do assinante